
Comissão de Cartéis: Ida Freitas (coordenadora), Tamiris Sapucaia e Vera Edington
Ao decantar os elementos da palavra CARTEL, entre giros, surpresa: espelhada, encontramos a letra “C”. Esse espaço do Fórum do Campo Lacaniano Salvador é dedicado ao debate sobre o dispositivo, órgão de base da Escola, fundamental na formação do psicanalista; e, mais, lugar de acolhimento das mais diversas construções. Tecido a várias mãos, construído linha a linha, de maneira a nos permitir pensar toda a sua potência, seus princípios, objetivos e efeitos, não obstante sua função na própria transmissão.
Em “Ato de fundação” (1964), Lacan apresenta o cartel como base da Escola e como dispositivo que faz resistência à normatividade, à burocratização e à mestria na psicanálise. Cartel como uma dobradiça que dá acesso a uma Escola de psicanálise, enodando, inclusive, intensão e extensão; enlace, este, que ata, sem, contudo, obturar o furo no saber. Uma fórmula arriscada e provocadora, que convoca ao trabalho em favor da causa analítica.
Um pequeno grupo de trabalho. Três a cinco pessoas se escolhem a partir de um tema em comum, no qual o Mais-Um, uma função, eleito entre os próprios cartelizantes, relança o desejo e provoca o avanço da pesquisa, faz barra aos efeitos de grupo e promove a circulação da palavra. Com o prazo de até dois anos de trabalho, convoca, antecipadamente, o produto de cada participante, e, incluindo o princípio de dissolução, prevê a necessária descolagem do grupo; colar, (de)colar, descolar, que remete uma produção à comunidade analítica, fazendo, assim, “Escola”.
Ao final é o que causa um a um em sua escolha pela psicanálise; um desejo decidido e uma aposta, que, para além de amarrar o singular e o coletivo, convoca-nos a dar tratamento ao real na formação do psicanalista.
Neste ano, tomaremos como eixo principal das discussões, nos quatro momentos do espaço letraC, a aposta na lógica coletiva do cartel, enquanto o laço social privilegiado na Escola de Lacan, que pode, no sentido contrário à psicologia das massas, fazer obstáculo à obscenidade da formação de grupo.
E, para cada encontro, convidamos dois cartéis com temas próximos, para que os cartelizantes possam dialogar sobre alguns pontos de seus estudos, suas elaborações, em uma boa roda de conversas.
15/03 – Cartel e discursos
Apresentação: Rodrigo Pacheco (FCL-São Paulo)
Coordenação: Ida Freitas
Debates intercartéis
03/05 – Cartel e Escola
Coordenação: Ida Freitas
Cartel Fórum Salvador: A Escola de Lacan
Andréa Lima, Isadora Teixeira, Pedro Brasileiro e Fernanda Costa (Mais-Um)
Cartel Interfóruns: O Cartel na Escola
Claudia Lopes Valente (Curitiba), Luis Achilles R. Furtado (Fortaleza), Raiane
Clemente Abiraxis (Região Serrana), Raissa Dantas (Fortaleza), Vera Kemper (Juiz de
Fora), Francisco Paiva (Mais-Um - Fortaleza).
12/07 – Psicanálise e Racismo
Coordenação: Vera Edington
Cartel Fórum Salvador: A psicanálise e o racismo, o racismo e a psicanálise
Cassilene Reis, Daiane Nascimento, Tatyane de Paula e Bruna Rocha (Mais-um)
Cartel Fórum Belém: Racismo e Psicanálise (Belém)
Anna Carolina Fonseca de Melo, Eduardo Moura Brasil, Lorena Cunha de Souza,
Luanna Isabele Cruz dos Santos e Danieli de Sousa Lameira (Mais-Um)
13/09 – Psicanálise e Política
Coordenação: Tamiris Sapucaia
Cartel Fórum Salvador: Psicanálise e Política
Amanda Karoline de Oliveira, Ana Sampaio, Denise Guedes, Pedro Brasileiro, Tamiris Sapucaia e Tarsila Amaral (Mais-Um)
Cartel Fórum São Paulo: Moral, ética e laço social: em face do extremo (São Paulo)
Isabel Napolitani, Carla Goncalves Bohmer, Sheila Skitnevsky Finger, Samantha Abuleac e Carolina Escobar de Almeida Prado (Mais-Um)
16/09 - Jornada de Cartéis do FCL-Salvador
Convidada: Ana Cristina Maués (FCL-Belém)
Coordenação: Ida Freitas
Horário: 9h
O interessado em participar de um cartel deverá entrar em contato com a coordenadora de Cartéis do FCL-SSA, Ida Freitas, através do e-mail espacoletrac.forumsalvador@gmail.com. Poderá, também, ter acesso aos temas já declarados nas nossas redes sociais.
Pois então: “Vão. Reúnam-se, colem-se vários, durante o tempo necessário para fazer algo e depois se dissolvam para fazer outra coisa”[1].
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[1] LACAN, Jacques. O Seminário, livro 27: dissolução [1980]. Inédito.
Cartéis Declarados
Grafo do desejo
Carla Dratovsky
Fernanda Darzé
Maria Elena Lois
Milene Regis
Célia Fiamenghi (Mais-Um)
2021
Passe e final de análise
Andréa Lima
Célia Fiamenghi
Claudia Saldanha
Pedro Brasileiro
Gustavo França (Mais-Um)
2022
Psicanálise e relações étnico-raciais, diversidade, equidade
Elisa Cunha
Francina Sousa
Lulu Barbosa
Michele Borges
Vera Edington (Mais-Um)
2022
Leitura do Seminário 20 - Mais ainda
Ana Fattore
Iago Santos
Mariana Nascimento
Victor Fraga
Daniela Batista (Mais-Um)
2021
Psicanálise e política
Amanda Oliveira
Ana Sampaio
Denise Guedes
Pedro Brasileiro
Tamiris Sapucaia
Tarsila Amaral (Mais-Um)
2022
A psicanálise e o racismo, o racismo e a psicanálise
Cassilene Reis
Daiane Nascimento
Tatyane de Paula
Bruna Rocha (Mais-Um)
2022
A Escola de Lacan
Andréa Lima
Isadora Teixeira
Pedro Brasileiro
Fernanda Costa (Mais-Um)
2021
(a) relação de objeto
Ana Oliveira
Carla Góes
Laíse Caldas
Vera Edington
Olga Amazonas (Mais-Um)
2022
O ato psicanalítico
Ida Freitas
Juliana Miranda
Renata Badaró
Sérgio Garrido
Thaíne Araújo
Ester Gelman (Mais-Um)
2023
O aturdito
Andréa H. Fernandes
Carla Góes
Francisco Dias
Sérgio Garrido (Mais-Um)
2022
Estruturas
Clínicas
Ana Sampaio
Denise Guedes
Tatyane de Paula
Pedro Brasileiro (Mais-Um)
2022
Cartéis em formação
Leitura do texto:
Projeto de uma psicologia para neurologistas (FREUD)
Juliana Viveiros
Olga Amazonas
"Branquitude: questões à psicanálise"
Caroline Mata
Pollyana Almeida
Vera Edington
Psicanálise e autismos
Daiana Aguilera
Fabrício Gabini
Verônica Nascimento
Leitura do Seminário 5: as formações do inconsciente
Igor Drey
Mileza Azevedo
Olga Amazonas
A política do psicanalista - Do divã para a pólis, Livro de Antônio Quinet
Sérgio Wagner